Na Real
Para João Carlos
Quando paramos no semáforo vermelho, percebi seu olhar em minhas coxas, sob o vestido distraidamente erguido mais do que deveria. Achei graça e me mexi no banco do passageiro de modo que minhas pernas ficassem um pouco mais à mostra.
Havíamos nos conhecido em um chat uns três meses antes e, desde então, conversávamos quase todos os dias pela Internet. Eu o chamava de Johnny e, para ele, eu era “Naomi”, singela homenagem à doce e vulgar personagem de Tanizaki. Tínhamos nos falado algumas vezes por telefone também, nos excitávamos com palavras safadas e cheguei a gozar algumas vezes. Beirava o ridículo, mas me excitava saber que do outro lado da linha tinha alguém morrendo de tesão por mim.
“Eu queria realizar tudo que falamos e fantasiamos com você, topa?” havia sido a proposta dele, por e-mail, o que me deu tempo para pensar no assunto antes de responder. Pensei um pouco e... por que não? Topei. Combinamos então o dia e a hora e ele ficou de me pegar.
Percebendo o interesse dele, no carro, comecei a acariciá-lo, ao que ele me olhou com um olhar incrivelmente lascivo. Acariciei-o por cima da calça e senti seu desejo crescente em minha mão; era excitante demais.
— Pára aqui.
— Não posso parar aqui.
— Tem certeza? – falei, tirando a mão do corpo dele e voltando a me endireitar no banco.
Ele parou e, depois de tirar os cintos de segurança, recomecei a acariciá-lo por cima da calça e, não me contendo, abri seu zíper e, enfiando a mão dentro de sua cueca, tirei o objeto de meu desejo para fora; continuei acariciando-o com a mão e, depois, aproximei minha boca dele e comecei a lamber seu pau já duro e latejante, chupei-o com voracidade. Ele disse algo baixinho e gemido sobre os outros carros que passavam e as pessoas provavelmente estarem vendo, só comentei que deviam estar com inveja e continuei a chupá-lo até que ele gozasse. Ele se limpou, eu me ajeitei, olhando no espelho e seguimos direto para o motel.
Não sei se por engano ou se ele havia programado, mas, quando entramos no quarto, havia uma cesta toda enfeitada, com duas garrafas de champanhe, flores e um cartão de felicitações aos noivos, ao que dei graças a Deus por aquela não estar sendo minha noite de núpcias. Já na cama, bebemos, assistimos a algumas cenas de filmes pornôs disponíveis e começamos a nos beijar calorosamente. Ele subiu suas mãos por entre as minhas pernas e arrancou minha calcinha sem tirar o meu vestido, me acariciando com seus dedos ágeis e precisos. Tiramos toda a roupa, perscrutando nossos corpos com mãos e bocas, sedentos de luxúria.
— Espera, vou buscar uma coisa – disse, indo até sua maleta. Observei-o colocar a camisinha e voltar para cama com um par de algemas e uma venda (numa das vezes em que gozei ao telefone, ele havia me prendido com algemas na grade da cama e achou que seria interessante levar as tais algemas para o nosso encontro, pois fazia questão que eu gozasse pessoalmente também); de olhos vendados e mãos presas à grade da cama, senti quando ele derramou champanhe sobre o meu corpo e começou a me lamber, enquanto se esfregava na minha entradinha, o que me deixava com mais tesão ainda. Eu gemia e me contorcia, pedia para que ele me penetrasse, mas o quanto mais eu pedia, mais ele se demorava com as lambidas e mordidas. Até que derramou champanhe na minha xaninha e começou a me fazer um oral maravilhoso, o melhor que já recebi em toda minha vida – ele era realmente bom no que fazia! E finalmente me penetrou, primeiro devagar, depois aumentou a intensidade. Eu queria tocá-lo com as mãos e ver a excitação provocada pelo meu corpo estampada em seu rosto, mas não podia, o que me deixava mais acesa e, sendo assim, não demorei a gozar.
— Quer que eu te solte? – sussurrou ele, aproveitando para mordiscar meu lóbulo.
— Não, quero ficar assim até amanhã de manhã – respondi, brincando.
E ele aproveitou a deixa para me acariciar demoradamente, uma vez que eu não podia impedi-lo de nada.
Depois de um tempo, ele me soltou; fui ao banheiro e, na volta, fui direto para sua maleta. Queria o consolo de que ele havia me falado. Numa das conversas eu confessara que morria de vontade de penetrar um homem e ele disse que, por mim, faria o sacrifício – essa submissão às minhas vontades também me excitava nele.
Fiz com que ele ficasse de bruços e algemei suas mãos para trás. Beijei suas costas, seu corpo, acariciei seu cuzinho medroso com os dedos e depois passei o consolo, de leve, sobre ele. Despejei bastante KY no consolo e em seu cuzinho e depois penetrei-o, sentindo todo seu corpo se contrair. A cena do consolo entrando nele me dava muito tesão e quis que ele fizesse o mesmo comigo, mas achei que aquela não era a hora certa (isso acabou acontecendo uma outra vez, num outro encontro). Pouco tempo depois, ele pediu para que eu parasse, então eu parei, afinal, não sou tão sádica.
Sugeri irmos para a banheira, ao que ele assentiu com um sorriso, indo pegar a garrafa de champanhe e as taças. Dentro da banheira nos acariciamos e fiz com que ele se sentasse na beira, para que eu lhe fizesse um oral, agora com menos pressa e preocupação. Lambi a pontinha e depois desci para a base, chupei seu saco e voltei para o mastro, duro, colocando-o na boca. Quando ele avisou que ia gozar, mirei em meus seios e ele espalhou seu líquido em mim e, apesar de não achar muita graça, fiz uma breve espanhola, por saber que ele adorava a cena. Peguei a camisinha ao lado da garrafa e, com a boca, coloquei-a nele: queria ser possuída novamente. Ele então me puxou para o seu colo e, enquanto nos encaixávamos, ele beijava minha nuca e minhas costas, enquanto minha boca, ávida, não deixava de buscar a dele. Dessa vez, gozamos quase ao mesmo tempo. Deliciosamente bom.
Tomamos uma ducha juntos, trocamos as últimas carícias e ele me deixou em casa. Tivemos alguns outros encontros e pretendemos nos encontrar mais vezes, mas, por enquanto, nenhum superou a intensidade deste.
Escrito por Sumire