Despedida
Toda despedida é uma pequena morte. Eu havia lido isso em algum lugar, mas só depois de me despedir de M. pela última vez é que pude entender seu real significado.
Havíamos nos conhecido de um jeito inusitado. Para mim, era mais uma noite de insônia, alta madrugada já se indo, e eu ouvia um programa de rádio muito brega, de pessoas que estavam em busca de namorados, noivos, rolos, etc. Eu ria sozinha no escuro, deitada na cama, com o rádio sintonizado naquele programa. Vez ou outra, eu achava que algumas pessoas que telefonavam para falar com o radialista eram pagas para falar o que falavam ao vivo. Ouvi M. conversar com o radialista e, impressionada com sinceridade com que ele se apresentou (“Me chamo M. e adoro sexo. Liguei hoje aqui para conhecer uma mulher que não queira uma relação mais profunda e nem saber sobre a minha vida particular. Gosto de aventuras e descobertas sexuais, gosto de dar e receber prazer.”), resolvi ligar para a rádio, que nos colocou em contato.
Na época, eu também não queria nada profundo e achei que M. poderia me conduzir para um mundo de possibilidades ainda desconhecidas. Já fazia mais ou menos um ano que eu havia terminado meu último relacionamento e me sentia pronta para viver outras histórias, para me aventurar com outras pessoas.
Nesse mesmo dia, nos falamos por telefone e marcamos um encontro para o dia seguinte. Descobri que ele tinha tara por transar em público, então, nossa primeira transa acabou sendo no carro dele, no fim da tarde, numa avenida razoavelmente movimentada da cidade. Nesse dia, nem cheguei a tirar a roupa, sentei em seu colo, de frente para ele, subi um pouco a saia e, depois de algumas carícias, ajudei-o a colocar a camisinha e, afastando minha calcinha, me penetrou até gozar. Nesse dia, não consegui gozar, mas a sensação era ao mesmo tempo estranha e excitante. Sua boca era quente e úmida, beijava bem; seus toques eram excitantes, suas mãos eram macias, delicadas - tive vontade de perguntar se ele era pianista. Na verdade, nunca fiquei sabendo o que ele fazia e ele também parecia não se importar com o que eu fazia fora do “nosso mundo”, do mundo de aventuras e prazer que fomos construindo aos poucos.
Sempre que dava, nos encontrávamos. Ele me pegava em algum lugar da cidade ou vice-versa, ou nos encontrávamos em algum bar ou restaurante, o que fosse mais fácil e prático. Ele não sabia onde eu morava e eu só sabia que ele morava na zona sul. Chegamos a transar no cinema, em banheiros públicos, em elevadores, escadas e praças. M. também me levou a algumas casas de swing (onde tivemos algumas experiências interessantes), mas como eu não gostava tanto do clima dessas casas, paramos de ir. Realizamos muitas fantasias e tivemos uma relação prazerosa por mais ou menos um ano.
Embora muitas transas tenham se embaçado ou mesmo se perdido em minha memória, lembro dessa última com detalhes. Ele estava um pouco diferente, seu modo de agir estava um pouco alterado, me olhava com atenção, ternura e um quê de melancolia, como quem olha para um doente terminal. Perguntei o que era, ele disse que não era nada. Em silêncio, nos despimos, entramos na banheira e, depois de um tempo, ele me pareceu o mesmo de sempre. Pediu para que eu fechasse os olhos e percorreu meu corpo com as mãos, me beijando, beijando meu pescoço, meus ombros, enquanto descia sua mão em direção à xoxota e ficou um tempo assim, me massageando dentro da água. Ainda de olhos fechados, rocei minha mão em seu membro já rijo e quis tê-lo em minha boca. Sentou-se na borda da banheira e eu lhe fiz um boquete caprichado; percorria seu pau com a língua, colocava a ponta em minha boca e sugava-o de leve, depois, abocanhava-o todo, para mais tarde lambê-lo novamente, até aquele líquido quente e viscoso jorrar em minha boca e escorrer um pouco pelo pescoço.
Saímos da banheira e, molhados, fomos para cama. Depois de lamber meu corpo e quase me fazer gozar com sua língua, me virou de bruços e ficou por cima, roçando seu corpo contra o meu, provocativo. Afastou meu cabelo e ficou massageando as minhas costas por um bom tempo - suas mãos eram mesmo divinas. Quando parou de me massagear, mordiscou meus ombros, beijou meus braços, depois foi a vez da nuca, costas, bumbum, interior das coxas, o restante das pernas. Afastou minhas pernas e passou a mão por minha bucetinha melada, lambeu-a um pouco e depois jogou seu corpo contra o meu, buscando minhas mãos com as suas, entrelaçando-as, e pressionando seu sexo contra o meu traseiro - tudo isso embalado por nossos sussurros e gemidos. Beijou minha boca e se afastou um pouco para pegar um travesseiro e colocar sob o meu ventre; logo depois, senti seu membro me abrindo, me preenchendo, deslizando para dentro de minha xoxota molhada e quente. Quando ele sentiu que eu estava para gozar, puxou meu quadril para si, me fazendo ficar de quatro, e, abrindo um pouco mais as minhas pernas, começou a massagear meu grelinho inchado – devo ter gozado em um minuto nessa posição.
Para dar um tempo, ligamos a TV, ficamos vendo uns filminhos de sacanagem, enquanto bebíamos um vinho.
Quando percebi que ele estava duro novamente, fui para cima dele, prensando-o entre as minhas pernas, sentindo-o latejar sob a minha xoxota. Beijei sua boca, seu rosto, seu peito, enquanto rebolava, esfregando meu sexo contra o dele. Quando ele gemeu: "te quero", encaixei-o em mim, ele segurou em meus quadris e comecei a cavalgá-lo. Entre uma cavalgada e outra, eu rebolava meu bumbum em seu pau, às vezes sentia-o pulsando dentro de mim e me segurava para não gozar antes dele. Depois de um tempo, o orgasmo veio violento, inebriante.
Ele tinha um compromisso naquele dia e disse que precisava ir. Pouco antes de sairmos do quarto do motel, ele me disse que aquela seria a última vez que nos veríamos, disse que era casado e que seu filho nasceria em breve.
— Eu sei - respondi logo em seguida.
M. pareceu muito surpreso, mas não fez perguntas. E tudo acabou assim. Um abraço, um beijo, uma lágrima, uma saudade antecipada, uma pequena morte.
Escrito por Sumire
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Havíamos nos conhecido de um jeito inusitado. Para mim, era mais uma noite de insônia, alta madrugada já se indo, e eu ouvia um programa de rádio muito brega, de pessoas que estavam em busca de namorados, noivos, rolos, etc. Eu ria sozinha no escuro, deitada na cama, com o rádio sintonizado naquele programa. Vez ou outra, eu achava que algumas pessoas que telefonavam para falar com o radialista eram pagas para falar o que falavam ao vivo. Ouvi M. conversar com o radialista e, impressionada com sinceridade com que ele se apresentou (“Me chamo M. e adoro sexo. Liguei hoje aqui para conhecer uma mulher que não queira uma relação mais profunda e nem saber sobre a minha vida particular. Gosto de aventuras e descobertas sexuais, gosto de dar e receber prazer.”), resolvi ligar para a rádio, que nos colocou em contato.
Na época, eu também não queria nada profundo e achei que M. poderia me conduzir para um mundo de possibilidades ainda desconhecidas. Já fazia mais ou menos um ano que eu havia terminado meu último relacionamento e me sentia pronta para viver outras histórias, para me aventurar com outras pessoas.
Nesse mesmo dia, nos falamos por telefone e marcamos um encontro para o dia seguinte. Descobri que ele tinha tara por transar em público, então, nossa primeira transa acabou sendo no carro dele, no fim da tarde, numa avenida razoavelmente movimentada da cidade. Nesse dia, nem cheguei a tirar a roupa, sentei em seu colo, de frente para ele, subi um pouco a saia e, depois de algumas carícias, ajudei-o a colocar a camisinha e, afastando minha calcinha, me penetrou até gozar. Nesse dia, não consegui gozar, mas a sensação era ao mesmo tempo estranha e excitante. Sua boca era quente e úmida, beijava bem; seus toques eram excitantes, suas mãos eram macias, delicadas - tive vontade de perguntar se ele era pianista. Na verdade, nunca fiquei sabendo o que ele fazia e ele também parecia não se importar com o que eu fazia fora do “nosso mundo”, do mundo de aventuras e prazer que fomos construindo aos poucos.
Sempre que dava, nos encontrávamos. Ele me pegava em algum lugar da cidade ou vice-versa, ou nos encontrávamos em algum bar ou restaurante, o que fosse mais fácil e prático. Ele não sabia onde eu morava e eu só sabia que ele morava na zona sul. Chegamos a transar no cinema, em banheiros públicos, em elevadores, escadas e praças. M. também me levou a algumas casas de swing (onde tivemos algumas experiências interessantes), mas como eu não gostava tanto do clima dessas casas, paramos de ir. Realizamos muitas fantasias e tivemos uma relação prazerosa por mais ou menos um ano.
Embora muitas transas tenham se embaçado ou mesmo se perdido em minha memória, lembro dessa última com detalhes. Ele estava um pouco diferente, seu modo de agir estava um pouco alterado, me olhava com atenção, ternura e um quê de melancolia, como quem olha para um doente terminal. Perguntei o que era, ele disse que não era nada. Em silêncio, nos despimos, entramos na banheira e, depois de um tempo, ele me pareceu o mesmo de sempre. Pediu para que eu fechasse os olhos e percorreu meu corpo com as mãos, me beijando, beijando meu pescoço, meus ombros, enquanto descia sua mão em direção à xoxota e ficou um tempo assim, me massageando dentro da água. Ainda de olhos fechados, rocei minha mão em seu membro já rijo e quis tê-lo em minha boca. Sentou-se na borda da banheira e eu lhe fiz um boquete caprichado; percorria seu pau com a língua, colocava a ponta em minha boca e sugava-o de leve, depois, abocanhava-o todo, para mais tarde lambê-lo novamente, até aquele líquido quente e viscoso jorrar em minha boca e escorrer um pouco pelo pescoço.
Saímos da banheira e, molhados, fomos para cama. Depois de lamber meu corpo e quase me fazer gozar com sua língua, me virou de bruços e ficou por cima, roçando seu corpo contra o meu, provocativo. Afastou meu cabelo e ficou massageando as minhas costas por um bom tempo - suas mãos eram mesmo divinas. Quando parou de me massagear, mordiscou meus ombros, beijou meus braços, depois foi a vez da nuca, costas, bumbum, interior das coxas, o restante das pernas. Afastou minhas pernas e passou a mão por minha bucetinha melada, lambeu-a um pouco e depois jogou seu corpo contra o meu, buscando minhas mãos com as suas, entrelaçando-as, e pressionando seu sexo contra o meu traseiro - tudo isso embalado por nossos sussurros e gemidos. Beijou minha boca e se afastou um pouco para pegar um travesseiro e colocar sob o meu ventre; logo depois, senti seu membro me abrindo, me preenchendo, deslizando para dentro de minha xoxota molhada e quente. Quando ele sentiu que eu estava para gozar, puxou meu quadril para si, me fazendo ficar de quatro, e, abrindo um pouco mais as minhas pernas, começou a massagear meu grelinho inchado – devo ter gozado em um minuto nessa posição.
Para dar um tempo, ligamos a TV, ficamos vendo uns filminhos de sacanagem, enquanto bebíamos um vinho.
Quando percebi que ele estava duro novamente, fui para cima dele, prensando-o entre as minhas pernas, sentindo-o latejar sob a minha xoxota. Beijei sua boca, seu rosto, seu peito, enquanto rebolava, esfregando meu sexo contra o dele. Quando ele gemeu: "te quero", encaixei-o em mim, ele segurou em meus quadris e comecei a cavalgá-lo. Entre uma cavalgada e outra, eu rebolava meu bumbum em seu pau, às vezes sentia-o pulsando dentro de mim e me segurava para não gozar antes dele. Depois de um tempo, o orgasmo veio violento, inebriante.
Ele tinha um compromisso naquele dia e disse que precisava ir. Pouco antes de sairmos do quarto do motel, ele me disse que aquela seria a última vez que nos veríamos, disse que era casado e que seu filho nasceria em breve.
— Eu sei - respondi logo em seguida.
M. pareceu muito surpreso, mas não fez perguntas. E tudo acabou assim. Um abraço, um beijo, uma lágrima, uma saudade antecipada, uma pequena morte.
Escrito por Sumire
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